A diferença entre o remédio e o veneno é a dose: quando a proteção desprotege.

04 Abril 2019

A diferença entre o remédio e o veneno é a dose: quando a proteção desprotege.

Imagem: A diferença entre o remédio e o veneno é a dose: quando a proteção desprotege.

 

O livro “o cavaleiro preso na armadura” de Robert Fischer traz uma ideia interessante sobre algo que acontece muito mais do que pensamos. Trata das armaduras criadas pelo ser humano e das proteções para lidar com as dores do mundo pessoal e interno. O perigo está no fato de se encobrir tanto nosso verdadeiro eu com essas proteções que nem se sabe mais quem se é, e o mundo fica vazio, sem sentido, sem alegria, sem propósito. Ele retrata a história de um caleiro que salvava donzelas e protegia-as dos ferozes dragões. Usava sua armadura para enfrentar os perigos da vida que ele levava. Só que com a armadura ele não podia escutar sua esposa nem seu filho, assim não podia se conectar com eles nem mesmo se aproximar de seus sentimentos. A esposa já estava cansada desse distanciamento justificado pela tal da armadura. Ele justificava que estava em busca de melhores castelos para a família. Mas a esposa já estava cansada de sua ausência e seu filho não tinha mais intimidade com ele pois eles não conversavam nem passavam tempos juntos. A esposa lhe chamava a atenção de que ele fazia isso por ele mesmo e não pela família. Fazia porque precisava do reconhecimento que recebia por salvar donzelas. Mas ele não percebia que era isso que ele buscava e que o restante de sua vida estava ficando para trás. Com o tempo a armadura passou a ficar cada vez mais rígida e ele não podia mais se desfazer dela, não conseguia nem mesmo abri-la na mandíbula para que pudesse se alimentar, até que um dia tentou tirá-la e não mais conseguiu fazê-lo, ele estava preso naquela “proteção” que criou para si e iria morrer. Assim começa uma longa caminhada para retirar aquela couraça que lhe acompanhava há anos, nem sabia mais há quanto tempo, mas tinha se criado com essa proteção, a proteção que seu trabalho lhe trouxera. Proteção? Do que esse cavalheiro se protegia? Ele não sabia. Sem saber ele não podia mudar seu jeito de ser. Só foi obrigado a descobrir porque do contrário morreria de fome dentro daquela lataria toda. Só havia um jeito de se livar de tudo isso, conhecer a si mesmo. Ele deveria encontrar alguns castelos e deveria encontrar as saídas desses castelos, mas os castelos não tinham portas nem janelas. Em cada castelo ele teria a oportunidade de conhecer um pouco mais de si próprio. Com os sofrimentos, medos e dúvidas que enfrentava nesse caminho se lembrava de tanta coisa que tinha deixado de sentir, e tantos medos e tristezas que tinha deixado para lá, de tantas dores que tinha causado as pessoas que amava com sua indiferença, com sua armadura. Começou a lhe doer, no corpo e na alma, ele começou a alcançar a sua dor que estava congelada com a o uso de sua armadura. Reconhecendo em si essa dor ele podia reconhecer a dor dos outros. Descobriu que não sabia ficar sozinho em silêncio, até ali ele nunca ficava só, estava sempre acompanhado, sempre falava muito para que não pudesse escutar a sua dor. Aprendeu que é preciso ficar sozinho para deixar a armadura cair e percebeu como tinha medo da solidão. Cada nova descoberta vinha acompanhada de muita dor mas para sua surpresa isso fazia com que uma porta ou janela se abrisse e ele podia seguir em frente adentrando novos castelos e conhecendo mais de si. A cada dor sentida uma parte da armadura ia caindo. E ao fim da viagem ele já estava tão leve pois já havia se livrado de toda aquela lataria por ter trilhado o caminho do conhecimento. Ele aprendeu que deveria ter sabedoria suficiente para saber quando estava preso na armadura e nesse momento voltar a olhar para dentro de si, para o que lhe assusta, para o que lhe dói. Assim ele não precisaria mais recorrer o tempo todo a sua armadura e nem pagar o preço tão alto que seu uso excessivo causaria. E para você? Quais são suas armaduras? Como é quando as usa? Conhecer a si mesmo é fundamental para a saúde emocional e fisica.

 

Fonte: Vanessa Voll

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